TEMA: AUTORIDADE ESPIRITUAL
TEXTO: Rm. 13:1
1 – A importância da autoridade (Rm 13:1-7 / Hb 1:3 / Mt 6:13 / Mt 26:62-64)
1.1 – O trono de Deus é estabelecido pela autoridade
Deus age a partir do seu trono, e o seu trono é sustentado pela sua autoridade. Todas as coisas são criadas pela autoridade de Deus e todas as leis físicas do universo são mantidas por esta autoridade – “sustentando todas as coisas pela palavra de seu poder” – o que significa que todas as coisas são mantidas pela palavra do poder de sua autoridade.
A autoridade divina representa o próprio Deus, enquanto o seu poder se expressa apenas pelos seus atos. Porquanto, pecar contra o poder é mais facilmente perdoado do que pecar contra a autoridade, porque este é um pecado contra o próprio Deus.
1.2 – A origem de Satanás ( Is. 14:12-15 e Ez. 28:13-17 )
Isaias enfatiza a maneira como Satanás violou a autoridade de Deus, tentando usurpar a sua autoridade. Já Ezequiel retrata a transgressão contra a santidade de Deus. Ofender a autoridade de Deus é uma rebeldia bem mais séria do que ofender a santidade de Deus. Porquanto, o pecado é uma questão de conduta e a rebeldia uma questão de princípio. (explicar a diferença entre conduta e princípio)
Conduta – fala de comportamento, atitude.
Princípio – é o que me leva a comportar desta ou daquela maneira.
Satanás tentou estabelecer seu trono acima do trono de Deus – princípio da auto-exaltação. O ato do pecado (tentar estabelecer seu trono acima do trono de Deus) não passou do produto de sua rebeldia contra o Senhor.
Quando servimos a Deus não devemos desobedecer às autoridades, porque podemos pregar a Cristo de acordo com o princípio de Satanás. Pois é possível em nosso ministério permanecermos com Cristo em doutrina e ao mesmo tempo, permanecermos com Satanás em princípio.
Ex: ensinar a palavra de Deus, mesmo estando em rebeldia com o seu líder.
1.3 – Autoridade: a controvérsia do universo
A controvérsia do universo centraliza-se sobre quem deve ter autoridade. E nosso conflito com Satanás é o resultado direto de atribuirmos autoridade a Deus. Para manter a autoridade de Deus temos de nos submetermos a ela com todo o nosso coração. É absolutamente necessário que reconheçamos a autoridade de Deus e que tenhamos uma compreensão básica do que ela significa.
Ex: Paulo tentou acabar com a igreja; depois de se encontrar com Deus na estrada de Damasco tornou-se o principal defensor do cristianismo. (At. 9). Todo aquele que conhece a autoridade lida apenas com a autoridade e não com o homem. Não devemos considerar o homem, mas a autoridade investida nele. Não obedeçamos ao homem, mas a autoridade que está nesse homem. De outro modo, como poderíamos ficar sabendo o que é autoridade. É trilhar um caminho errado se olharmos o homem primeiro, antes de obedecermos à autoridade que está sobre ele.
1.4 – A maior exigência da Bíblia – Obediência à vontade de Deus
A maior das exigências que Deus faz ao homem não é a de carregar a cruz, servir, fazer ofertas ou negar-se a si mesmo. A maior das exigências é que se obedeça. (1 sm 15 – comentar).
Por que Samuel disse que “obedecer é melhor do que sacrificar”? Por que mesmo no sacrifício pode haver o elemento da vontade própria. Só a obediência honra a Deus de maneira absoluta, pois só ela coloca a vontade de Deus no centro.
Para que a autoridade se expresse é preciso que haja submissão. Para que haja submissão o ego precisa ficar excluído, mas de acordo com o ego, a submissão torna-se impossível. Isto só é possível quando alguém vive no Espírito. Esta é a mais alta expressão da vontade de Deus.
2 – Exemplos de rebeldia na Bíblia
2.1 – A rebeldia de Cão. (Gn 9:20-27)
No plano de Deus, após o dilúvio, Noé é constituído como o cabeça da sua família e do mundo. Porém, um dia Noé embriagou-se e dormiu sem suas vestes. Cão, seu filho mais novo viu a nudez de seu pai e comentou o incidente com seus irmãos. No que se refere à conduta de Noé, ele estava completamente errado, mas Cão fracassou em não reconhecer a dignidade da autoridade. Quando Cão viu a conduta imprópria de seu pai, não teve o menor sentimento de vergonha ou tristeza, nem tentou encobrir a falta de seu pai. Isto revela um espírito rebelde.
Observe como Sem e Jafé resolveram a situação. Entraram na tenda de costas – evitando, assim, ver a nudez de seu pai – e cobriram-no com a capa que tinham sobre seus ombros.
Depois que Noé despertou do vinho, profetizou que os descendentes de Cão seriam amaldiçoados e se tornariam escravos dos escravos de seus irmãos. Três vezes pronunciou-se a sentença de que Canaã seria escravo (Gn 9:25-27). Isto é o mesmo que dizer que aquele que não se sujeita à autoridade vem a ser escravo daquele que obedece à autoridade.
2.2 – Arão e Miriã
Moisés foi a pessoa escolhidas por Deus para guiar e transmitir as leis de Deus aos israelitas. Dentre elas, havia uma que proibia qualquer judeu casar-se com alguém de outra nação (Ed 10.2). Porém, o próprio Moisés casou-se com uma mulher Etíope. Como irmãos mais velhos, Arão e Miriã, poderiam até repreender a conduta de Moisés, mas jamais atacar a sua posição. Agindo desta forma, eles revelaram um coração rebelde.
Palavras rebeldes sobem ao céu e são ouvidas por Deus. Quando Arão e Miriã pecaram contra Moisés, pecaram contra Deus que se encontrava em Moisés. Sempre que o homem entra em contato com a autoridade delegada por Deus, entra em contato com o próprio Deus que se encontra nessa pessoa. Pecar contra a autoridade delegada é pecar contra Deus.
É importante lembrar que autoridade não é algo obtido através de esforços. É concedida por Deus a quem quer que Ele escolha.
2.3 – A rebelião de Core, Data e Abirão ( Nm 16)
Coré e seus companheiros pertenciam aos levitas, portanto, representavam os espirituais. Data e Abirão eram filhos de Ruben, e, portanto, representavam os líderes.
Qual o motivo da rebelião? (Nm 16:3,13,14). Embora fosse verdade o que disseram, eles desprezaram a autoridade de Moisés. “Porque, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor”? ’.
Eles pensavam que estavam simplesmente se opondo a Moisés e Arão, não tinham a menor intenção de se rebelarem contra Deus, pois ainda desejavam servi-Lo. Mas Deus e sua autoridade delegada são inseparáveis. Não é possível manter uma atitude para com Deus e outra com Moisés e Arão. Se eles se submetessem à autoridade de Moisés e Arão, estariam sujeitos a Deus.
A rebeldia é um princípio infernal. Aquelas pessoas se rebelaram e as portas do inferno se abriram. A terra abriu a sua boca e engoliu todos os homens que pertenciam a Core, Data e Abirão e todos os seus parentes e bens (Nm 16:32,33).
2.4 – O perigo da rebeldia – Contágio
Há dois exemplos de rebeldia em Nm. 16 – Do versículo 1 ao 40 os lideres se rebelaram: Do versículo 41 ao 50, toda a congregação se rebelou. O espírito de rebeldia é muito contagioso. Mesmo presenciando o julgamento sobre aquelas pessoas por causa da rebeldia, o povo se insurge contra Moises e Arão, alegando que os dois tinham matado toda aquela gente. Porém, no mesmo instante, Deus se apresenta para proteger seus escolhidos e punir todos os rebeldes.
Deus ignorou suas murmurações no deserto dez vezes, mas não permitiria que resistissem á sua autoridade. Muitos pecados Deus pode suportar e ignorar, mas a rebeldia Ele não permite por que a rebeldia é o principio da morte, o principio de Satanás. Portanto, o pecado da rebeldia é mais serio do que qualquer outro pecado.
3 – Os homens devem obedecer à autoridade delegada
3.1 – No mundo Rm 13.1 I Ped. 2:13,14
Deus é a fonte de toda a autoridade no universo. Considerando que todas as autoridades governantes foram por Ele instituídas, então toda a autoridade é delegada por Ele e representa a Sua autoridade. Onde quer que as pessoas encontrem autoridade encontram Deus.
Há duas maneiras dos homens conhecerem a Deus: através de sua presença ou através da sua autoridade. Ex. No jardim do Éden o homem conhecia Deus através de sua presença (quando Deus vinha ao seu encontro no final do dia (Gn 3.8), ou, durante a sua ausência, lembrando-se de suas ordens).
Hoje, entretanto, raramente os homens encontram Deus diretamente neste mundo (salvo aqueles que, na igreja, vivem em intimidade com Deus). Sendo assim, o lugar onde Deus mais se manifesta em nossos dias é nos seus mandamentos.
A Bíblia diz: “Não há autoridade que não seja proceda de Deus”. Onde estão as autoridades delegadas por Deus neste mundo? Nas escolas, nas empresas, nas ruas, nos centros administrativos, nos bancos, etc.
É necessário, como discípulos do Senhor Jesus, chamados para uma grande conquista, que descubramos quem são as autoridades na nossa sociedade e nos submetamos a elas a fim de darmos bom testemunho.
3.2 – Na família Ef. 6:1-3 Dt.21:18-21 Cl 3:20
Na estrutura familiar, os pais são as autoridades delegadas por Deus (Ef. 6.1). No entanto, o homem precisa ser reconhecido como o cabeça do lar (Ef.5.22). Quando as mulheres assumem o papel principal dentro de casa e o marido fica em segundo plano, o lar pode sofrer desajustes, pois isto é uma inversão de princípios.
Principio da família
1 – função do pai – o relacionamento com nosso pai é uma preparação para um relacionamento livre com a paternidade de Deus.
A –
Direção – o referencial do pai produz nos filhos o senso de orientação e propósito na vida.
Pessoas que tiveram um pai presente tem uma facilidade natural e sobrenatural de entender o propósito para o qual elas existem.
B –
limites – eles estabelecem a noção de sanidade moral.
Uma presença sadia dos limites certos vai assegurar que faremos as escolhas morais corretas na vida. Isto é o mesmo que ter um bom caráter – que é o somatório das nossas escolhas. E as nossas escolhas estão relacionadas com a forma pela qual assimilamos os conceitos de lei e de autoridade.
C –
Proteção – o senso de segurança e confiança que constrói a auto-estima dos filhos vem do pai. O posicionamento, o espírito de presença, a iniciativa e a provisão comunicam segurança e descanso.
Ex: o pai que deveria trazer algo para o almoço e, de repente, perdeu-se num boteco da vida e não chegou.
A maneira como o pai desempenha sua função no lar pode comunicar descanso e segurança aos filhos ou produzir uma ansiedade compulsiva que estressa e provoca distúrbios emocionais.
2 –
Função da mãe
A –
vínculos – vincular-se significa entrar em relação, integrar-se e ganhar autonomia, proporcionando desibinição e naturalidade quando se estabelece relacionamentos. Pessoas que tiveram uma presente, que tenha desempenhado o papel de edificadora do lar,tem a tendência de desenvolver novos relacionamentos com extrema facilidade. Elas podem confiar nas pessoas e até mesmo são capazes de dar novas chances para uma pessoa que a decepcionou. Motivo? Ela recebeu isto da mãe.
B –
nutrição – nutrição pode ser definida como atenciosidade, capacidade de exercer cuidado, atenção e apoio. A mulher, naturalmente,é mais sentimental e intuitiva que o homem.
Nutrição exalta a capacidade de identificação e empatia. Quando você está triste, sua mãe percebe e consola. Quando você adoece, é ela quem mais se preocupa e participa. Quando você está desanimado,é ela quem encoraja.
c-
organização – enquanto o pai governa o lar, a mãe edifica o lar. Ela é a organizadora da casa, provendo um ambiente de ordem e ao mesmo tempo aconchegante. Isso exerce um efeito na vida interna dos filhos.
O principio da mãe ensina que ela não apenas deve produzir um ambiente físico aconchegante no lar,como também um ambiente emocional que congrega a família. Aqui é que muitas esposas estão expulsando seus maridos do lar e perdendo-os. Muitas vezes o marido chega em casa cansado,e a mulher já vem com uma lista de queixas e cobranças. Quanto mais elas cobram, menos eles fazem, porque se sentem agredidos e desrespeitados. PV.12.9
Com relação aos filhos, a Bíblia ensina de maneira imperativa que eles devem obedecer aos seus pais. (Dt. 21:18-21 ; Ef. 6:1 ; Cl 3:20)
Em Ef. 6:2, 3, Deus manda os filhos honrarem seus pais. Se eles obedecerem duas coisas acontecerão: êxito naquilo fizer e dias prolongados sobre a terra. Porém, se desobedecerem, a promessa terá efeito negativo, ou seja, as coisas irão de mal a pior e menos tempo de vida na terra.
Como os filhos podem desonrar seus pais?
- agindo com teimosia e rebeldia (Dt. 21:20)
- amaldiçoando os pais (Pv. 30:11)
- desrespeitando os pais (Dt. 27:16)
- desprezando a mãe (Pv. 15:20)
- contenda no lar (Mq. 7:6)
- desobedecendo (2 Tm. 3:20)
- maltratando os pais (Ex. 21:15)
3.3 –
Na igreja I Ts. 5:12,13 I Tm. 5:17 I Co. 16:15,16 Hb. 13:7
Deus estabeleceu autoridades na igreja a quem todos devem obedecer.
É comum hoje, as pessoas banalizarem aqueles que exercem o ministério pastoral. Criticas piadas, galhofa e até mesmo afronta são ouvidas constantemente sobre a liderança evangélica de um modo geral. Poucos conhecem o rigor com que Deus trata tais pessoas (Cão, Miriã, Core, Data, Abirão,etc.).
Quem são as autoridades estabelecidas na igreja?
Pastores, lideres de rede, lideres de ministérios, lideres de célula, professores, diáconos, etc.
É de fundamental importância a compreensão de que Deus escolhe determinadas pessoas e investe tais pessoas de autoridade a fim de representá-Lo (Lc. 10:16).
4 –
A benção da obediência Dt. 28:1-14
Deus lutará por nós Ex. 23:22
Êxito na vida Tg. 1:25
Longevidade I Rs. 3:14
Desfrutar do melhor que a terra produz Is. 1:19
Prosperidade Dt.28:12
Conclusão
Existem dois princípios que governam o mundo quando o assunto é autoridade. O princípio da obediência – e aqueles que vivenciam este princípio estão sob a benção de Deus – e o princípio da desobediência – e aqueles que são rebeldes estão de certa forma, debaixo de um princípio satânico. Portanto, escolher que princípio obedecer é uma escolha pessoal. A escolha é sua. Ex. 11:26
Esta mensagem foi tirada do livro de Watchman Nee : Autoridade Espiritual e do livro do Coty : O Avivamento do odre novo.